sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Kathmandu

Não pode haver tempo para jet-lag e outras coisas afins. A estadia é muito curta e tem de ser bem vivida. 
No mosteiro de Shechen vive Dilgo Khyentse Yangsi Rimpoche, a reencarnação de um dos maiores mestres do budismo contemporâneo, falecido em 1991. Da ultima vez que estive neste mosteiro tive a fortuna de ser recebido por Yangsi Rimpoche. Hoje limitei-me a sentar durante um bom par de horas em silêncio, na sala onde estão as relíquias  de Dilgo Khyentsé Rimpoche. Que bom seria que nos sítios mais problemáticos deste planeta se pudesse sentir a atmosfera pacífica que estava a sentir nesse momento. Sobretudo nas zonas onde existe guerra, essa atividade estúpida que nunca consegui entender. Naquele momento senti-me bastante afortunado, o que não é a melhor sensação que se pode ter. Saber que existe tanto sofrimento, pelo mundo fora, não nos pode tornar contentes, ainda que afortunados por não vivermos nenhuma calamidade. 
No momento que vos escrevo janto, numa calma impressionante, em frente ao grande Stupa, de que já vos falei brevemente. Durante todo o dia, as pessoas andam á sua volta, no sentido dos ponteiros do relógio, proferindo as suas preces. Sobretudo ao fim da tarde a quantidade de pessoas é imensa. Mas agora tudo acalmou e retornaram ás suas casas. Alguns cães deambulam na esperança de arranjar alguma coisa para comer. Muitos deles dormem lá durante a noite. 
Eu durmo perto deles, pois o meu hotel fica a escassos metros do Stupa. Tenho jantar, um local confortável para dormir, e meios para a minha viagem ser tranquila. Estou agradecido. 
Com o Stupa atrás de mim estive a observar o quantidade de crentes empenhados nas suas orações. 
Jantei momos, uma especialidade Tibetana. São uma espécie de raviolis grandes recheados. Os meus recheados de vegetais, como vegetariano que sou. Deliciosos!
Este cãozinho teve sorte e arranjou um lugar privilegiado.
A noite é de paz. 

1 comentário:

  1. Bom dia Heitor,
    Gostei de ler uma entrevista sua sobre o budismo e a forma como esse encontro o levou ao Nepal. Em breve estou a contar fazer uma viagem que me levará ao Nepal desde o Tibete em bicicleta. Ainda me falta decidir se trato de todas as formalidades no Nepal ou vou direto ao Tibete. Falamos em breve, quem sabe passarei uns dias num mosteiro também. A meditação fascina-me, n consigo é pratica a "dita normal". Obrigado

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